18.8.08

O temporal, meus dois filhos e

Sobre o estado de minha mulher

Com tanta chuva a estrutura do barraco não aguentou. Meus filhos, filhos de desgraçados ficaram molhados durante todo o temporal. Não havia um lugar seco no barraco.

Eu não sabia o que fazer. Se saia do barraco em busca de segurança ou se continuava ali esperando passar a chuva.

Minha mulher depois que teve nosso segundo filho partiu. Se escafedeu. Nos deixou.

Criei meus filhos até ali com muita fé e força. Me peguei em alguns momentos de desespero em que a cachaça era apoio. O que fazia eu por os pés no chão era quando chegava em casa e meus filhos estavam lá jogados praticamente as traças, sem uma mãe que os cuidace

Um tem cinco o outro tem quatro, anos.

Com tanto chuva, indecisão, culpa e medo de arriscar sair do barraco e piorar a situação, eu não sabia o que fazer.

Abracei meus filhos sobre o colo e rezei alto pedindo aos santos que protegessem minha fámilia. Em meio as orações, soluços e muita chuva, não ouvi os gritos para desocupar a favela.

Meu barraco foi abaixo. Num relampago as tábuas e telhas se encaixaram sobre os nosso corpos.

Não vi mais nada.

Sobre o estado de minha mulher

3 comments:

Anonymous said...

Berimba, tudo certo?
Tentei te mandar um email mas não sei porque fala que seu email não existe.
Tentei berimbajesus@hotmail.com e berimbadejesus@hotmail.com.
Tô querendo uma edição do apanágio, lembra lá no MASP???
Meu email é thiagoabe@gmail.com!!!!
Vamos nos falar, abraços!!!!!!

EuCor Reprime Brasil said...

caraiO mulambo!

Que o raio o parta!

o sobrena-e-o-tal!

Anonymous said...

berimba, como é que anda?
Espero que não ande tomando chuva como esse aí, se Deus quiser, com a benção de Minha Nossa Senhora dos desgraçados amém.
ó, eu fiz um blog, e você tá nele, com citação e referência!
(falei que eu gostava do que cê iscrivia)
fica anotado:
http://desemboco.blogspot.com

beijo grande e respeito,

Fê (do sarau do Binho, da Letras, do seu Zé, de Paraty, da Avenida do Jóquei, etc)